A música “Flowers in the Rain” do The Move inaugurou a rádio BBC
The Move foi uma das bandas mais importantes e inovadoras do rock britânico nos anos 60 e 70, misturando pop, psicodelia, hard rock e até música clássica.
O grupo originou-se de várias bandas de Birmingham, como Carl Wayne and the Vikings, Nightrider e Mayfair Set.
No início de carreira, o empresário da banda, Tony Secunda, arrumou para eles shows semanais no Marquee Club de Londres, onde eles passaram a se apresentar vestidos de gângster.
A origem e a formação da banda
A banda The Move surgiu em Birmingham, na Inglaterra, em 1965. Ela foi formada por Roy Wood (guitarra, vocal), Carl Wayne (vocal), Trevor Burton (guitarra), Ace Kefford (baixo) e Bev Bevan (bateria).
Todos eles já tinham experiência em outras bandas locais e se juntaram para criar um som diferente e original.
Seus primeiros shows foram no início de 1966, e o Move logo ganharia notoriedade por seus arranjos vocais elaborados e a influência de soul music e bandas da Costa Oeste dos Estados Unidos como The Beach Boys, The Byrds, Love e Moby Grape.
O nome The Move foi escolhido porque eles queriam se mudar para Londres, o centro da cena musical britânica na época.
Eles conseguiram um contrato com a gravadora Deram Records e lançaram o seu primeiro single, “Night of Fear”, em 1966.
O som da banda era uma mistura de rock psicodélico com um trecho da “Sinfonia n.º 5” de Beethoven. Ela alcançou o segundo lugar nas paradas britânicas e inaugurou uma série de sucessos da banda.
A música “Flowers in the Rain” foi a primeira música tocada na Rádio 1 da BBC quando a rádio começou em 1967.
O estilo e as polêmicas da banda
The Move era uma banda que não se limitava a um único gênero musical. Eles exploram diversas influências, desde o pop melódico dos Beatles até o hard rock pesado dos Who.
Eles também incorporaram elementos de música clássica, folk, blues e soul em suas composições. Eles eram considerados uma das bandas mais criativas e versáteis da sua geração.
Mas nem tudo era harmonia na banda. Eles eram conhecidos por suas apresentações explosivas e controversas no palco.
Eles quebravam instrumentos, simulavam violência e faziam piadas de mau gosto. Eles também se envolviam em brigas internas e processos judiciais.
Um dos casos mais famosos foi quando eles enviaram uma carta promocional para promover o novo compacto “Flowers in the Rain”, eles mandaram fazer um cartão postal com uma foto do Primeiro-ministro da Grã-Bretanha Harold Wilson na cama com uma mulher que ele supostamente estava tendo um caso.
Eles foram processados por difamação e tiveram que pagar uma indenização.
O legado e as mudanças da banda
Apesar das dificuldades, The Move continuou lançando álbuns e singles de sucesso até o início dos anos 70.
Eles foram uma das primeiras bandas a usar um sintetizador Moog em suas gravações, mostrando a sua capacidade de inovação.
Eles também foram uma das principais influências para o surgimento do glam rock, do ART rock e do power pop.
No entanto, a banda passou por várias mudanças de formação ao longo dos anos. Alguns membros saíram por divergências musicais ou pessoais, outros entraram para substituí-los.
Um dos novos integrantes foi Jeff Lynne, que veio da banda Idle Race em 1970. Ele se tornou o principal parceiro de Roy Wood na composição das músicas.
Foi nessa época que Wood teve a ideia de criar uma nova banda que combinasse rock com música clássica usando uma orquestra.
Ele convidou Lynne e Bevan para se juntarem a ele nesse projeto, que se chamaria Electric Light Orchestra (ELO). Eles lançaram o seu primeiro álbum em 1971, ainda sob o nome de The Move.
A discografia
A discografia do The Move é composta por quatro álbuns de estúdio, um álbum ao vivo e 18 singles.
Estúdio:
Move (1968)
Shazam (1970)
Looking On (1970)
Message from the Country (1971)
O álbum ao vivo:
Live at the Fillmore 1969 (2012)
Alguns dos singles mais famosos são:
Night of Fear (1966)
I Can Hear the Grass Grow (1967)
Flowers in the Rain (1967)
Fire Brigade (1968)
Blackberry Way (1968)
Carreiras solo dos integrantes originais da banda:
Depois que The Move se transformou em ELO, os integrantes originais da banda seguiram caminhos diferentes. Veja o que eles fizeram:
Roy Wood:Saiu do ELO em 1972, após divergências com Jeff Lynne. E formou a sua própria banda, chamada Wizzard, que fazia um rock glam com influências de rock and roll dos anos 50.
Ele também lançou vários álbuns solo e teve alguns sucessos como “See My Baby Jive” e “I Wish It Could Be Christmas Everyday”.
Carl Wayne:Saiu do The Move em 1970, antes da entrada de Jeff Lynne. Ele tentou uma carreira solo, mas não teve muito êxito.
Então se dedicou ao teatro musical e participou de vários espetáculos, como “Blood Brothers” e “Evita”. Carl se juntou ao The Hollies em 2000, morreu em 31 de agosto de 2004 depois de uma longa batalha contra um câncer.
Trevor Burton:Saiu do The Move em 1969, após discordar da direção musical da banda. Ele formou a sua própria banda, chamada Balls, que não durou muito.
Ele também tocou com outras bandas, como The Uglys, The Steve Gibbons Band e The Trevor Burton Band, e se aposentou da música em 2017, após sofrer um derrame.
Ace Kefford:Saiu do The Move em 1968, por problemas de saúde e pessoais. Ele tentou formar outras bandas, como The Ace Kefford Stand e Rockstar, mas não teve sucesso.
Ace sofreu com o abuso de drogas e álcool e teve problemas mentais. Ele vive recluso desde os anos 80.
Bev Bevan:Continuou no ELO até 1986, quando a banda se separou. Bev também tocou com outras bandas, como Black Sabbath e ELO Part II. Ele se tornou um radialista e apresentador de televisão. Ele ainda faz shows ocasionais com a sua banda The Bev Bevan Band.