Euclid: A Explosão Psicodélica e Trágica de uma Banda Rock do Maine
O Surgimento Psicodélico nos Rincões do Maine
Olá, galera do rock! Hoje, levarei vocês para uma viagem ao rock psicodélico, explorando os recantos menos conhecidos da cena rock dos anos 60 e 70.
Preparem-se para conhecer a explosiva jornada da banda norte-americana Euclid, que fez história no estado do Maine.
A banda foi formada em 1968 por Ralph Mazzotta (guitarra), Gary Leavitt (vocal e guitarra), Jay Leavitt (bateria) e Harold Perino (baixo).
Eles se conheceram em um clube chamado The Barn, onde tocavam covers de bandas como Cream, Jimi Hendrix e The Who.
O nome da banda foi inspirado pela Euclid Company of Ohio, uma empresa que fabricava equipamentos pesados para construção e mineração.
Por isso, a capa do álbum mostra uma escavadeira em um cenário desértico.
Uma Fusão Única de Psicodelia, Garage e Hard Rock
Imagine uma mistura perfeita entre rock psicodélico, garage-rock e hard-rock. Essa era a fórmula mágica da Euclid, uma banda que soube combinar esses elementos de maneira única e inovadora.
Em meio à efervescência cultural da época, eles se destacaram pela ousadia sonora e pelas performances eletrizantes.
O Poder, a Pesadez e a Inovação do Álbum
No centro dessa jornada sonora está o álbum que definiu a identidade da Euclid. Poderoso, pesado e inventivo, ele é um verdadeiro tesouro escondido no vasto universo do rock.
Cada faixa é uma experiência sensorial, levando os ouvintes a uma montanha-russa de emoções.
O álbum, intitulado Heavy Equipment, foi lançado em 1970 pela Flying Dutchman Records, uma gravadora especializada em jazz e soul.
O álbum foi produzido por Bob Thiele, que já havia trabalhado com nomes como John Coltrane, Louis Armstrong e Albert Ayler.
O álbum contém oito faixas, sendo sete originais e uma versão de “Gimme Some Lovin'”, um clássico do Spencer Davis Group.
As músicas são marcadas por riffs pesados, solos virtuosos, vocais rasgados e letras que falam de amor, guerra, drogas e liberdade.
O álbum foi bem recebido pela crítica e pelo público, chegando a vender mais de 100 mil cópias nos Estados Unidos.
A banda também fez shows por todo o país, abrindo para artistas como Jethro Tull, The Allman Brothers Band, Grand Funk Railroad e Alice Cooper.
Apesar do sucesso, a banda enfrentou problemas internos e externos. Eles tiveram dificuldades para receber os royalties do álbum, que foram retidos pela gravadora.
Eles também tiveram desentendimentos entre os membros, que tinham visões diferentes sobre o rumo musical da banda.
Manter um Pé nos Anos 60 e Outro nos Anos 70
A Euclid soube como ninguém manter um pé nos anos 60 e outro nos anos 70. Enquanto muitas bandas lutavam para se adaptar às mudanças de década, eles navegavam entre as eras com maestria, absorvendo influências e criando algo que transcendia os limites do tempo.
A Fama nos Palcos e as Estradas Percorridas
A reputação da Euclid como uma ótima atração ao vivo não era apenas uma fama vazia. Com performances energéticas e cativantes, eles conquistaram fãs por onde passaram.
As estradas foram seus campos de batalha, e a banda deixou sua marca em clubes, teatros e festivais, construindo uma legião de seguidores apaixonados.
O Fim e a Tragédia que Silenciou os Acordes
Em 1972, a banda se separou, e cada um seguiu seu caminho. Ralph Mazzotta continuou na música, tocando em outras bandas e dando aulas de guitarra.
Gary Leavitt se tornou um produtor musical, trabalhando com artistas como The Ramones, Blondie e Talking Heads. Jay Leavitt se dedicou à fotografia, e Harold Perino se afastou do meio artístico.
Infelizmente, o destino trágico cruzou o caminho da Euclid em 1975. Gary Leavitt, um dos pilares da banda, faleceu em um acidente de motocicleta.
A notícia ecoou como um trovão, silenciando os acordes promissores da banda e marcando o fim de uma era.
Sua morte foi um choque para os fãs e para os ex-companheiros de banda, que nunca mais se reuniram.
O Legado que Permanece Vivo
Em 1999, o álbum Heavy Equipment foi relançado em CD pela Akarma Records, uma gravadora italiana especializada em rock psicodélico.
O relançamento trouxe uma nova capa, com uma foto da banda em um palco.
Em 2004, o álbum foi incluído no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die, uma lista dos melhores álbuns de todos os tempos, selecionados por críticos e jornalistas musicais.
Em 2010, o álbum foi reeditado em vinil pela Sundazed Music, uma gravadora norte-americana que se dedica à preservação de clássicos do rock.
A reedição trouxe a capa original, com a escavadeira, e um encarte com fotos e informações sobre a banda.
Em 2017, a banda foi homenageada pelo documentário Euclid: Heavy Equipment, dirigido por Eric Green.
O documentário conta a história da banda, desde sua formação até seu fim, e traz depoimentos de Ralph Mazzotta, Jay Leavitt, Harold Perino, Bob Thiele e outros envolvidos.
Embora o fim da Euclid tenha sido marcado pela tragédia, o legado da banda permanece vivo. Seu álbum continua a ser redescoberto por novas gerações, influenciando músicos e bandas contemporâneas.
A história da Euclid é uma lembrança de que, mesmo nas sombras da tragédia, a música tem o poder de transcender e perdurar.
Algumas das músicas mais famosas da banda Euclid
Gimme Some Lovin': uma versão pesada e psicodélica do clássico do Spencer Davis Group, que foi incluída no álbum Heavy Equipment e mostrou a influência do hard rock na banda.
Shadows of Life: uma faixa épica e experimental que encerra o álbum Heavy Equipment, com mais de 10 minutos de duração, que mistura elementos de rock progressivo, jazz e música clássica.
On the Way: uma canção animada e contagiante que abre o álbum Heavy Equipment, com riffs pegajosos e vocais rasgados.
97 Days: uma balada melancólica e introspectiva que fala sobre o tempo e a solidão.
Honrando a Memória da Euclid
Hoje, mergulhamos na incrível jornada da Euclid, uma banda que trouxe inovação e paixão aos palcos do Maine.
Sua fusão única de estilos e a capacidade de atravessar décadas são testamentos de sua genialidade musical.
Que a tragédia que encerrou prematuramente essa jornada sirva como um lembrete de como o mundo perdeu um talento promissor naquele fatídico dia de 1975.
A Euclid pode ter silenciado, mas seu impacto continua ressoando no coração da história do rock. Até a próxima viagem ao passado, rockeiros!