Black Feather: O Som Psicodélico que Marcou o Rock Australiano dos Anos 70
Olá, fãs do bom e velho rock!
Hoje embarcaremos numa viagem sonora que nos leva à Austrália do início dos anos 70 uma era de guitarras furiosas, longos improvisos e pura liberdade musical.
A banda que guia essa jornada é a lendária Black Feather, um dos nomes mais marcantes do rock psicodélico e progressivo australiano.
Preparem-se para uma imersão no som vibrante, nas histórias curiosas e no espírito rebelde dessa banda que fez história e continua a inspirar gerações de roqueiros ao redor do mundo.
A Cena Australiana e o Nascimento da Black Feather
A história da Black Feather começou em 1970, na cidade de Sydney, num cenário musical em plena ebulição.
Enquanto o mundo assistia ao nascimento do rock progressivo e do hard rock com nomes como Deep Purple e Led Zeppelin, na Austrália um grupo de jovens músicos decidia criar sua própria fusão de sons: uma mistura de blues pesado, psicodelia e improvisos virtuosos.
A formação original reunia John Robinson (guitarra), Neale Johns (vocais), Alexander Kash (baixo) e Steve Webb (bateria).
O nome Black Feather nasceu de uma ideia simples, mas simbólica, representar algo leve como uma pena, mas negro e denso como o som que pretendiam criar.
O grupo rapidamente ganhou fama nos pubs e clubes underground de Sydney, com performances intensas e solos de guitarra incendiários.
Era o início de uma trajetória curta, mas marcante, que deixaria sua marca na história do rock australiano.
O Estilo e a Identidade Sonora. Entre o Blues e o Psicodelismo
O som da Black Feather era uma explosão de criatividade.
Misturando blues rock, rock progressivo e elementos de jazz e psicodelia, a banda se destacava por suas longas jam sessions e pela voz poderosa de Neale Johns, que transmitia emoção crua em cada verso.
As guitarras de John Robinson eram um espetáculo à parte cheias de distorção, feeling e improvisos ousados que lembravam o estilo de Jimi Hendrix e Eric Clapton, mas com uma personalidade própria.
As letras, muitas vezes introspectivas e poéticas, refletiam o espírito libertário e experimental da época.
A banda também ficou conhecida por sua habilidade de transitar entre o som pesado e o atmosférico, uma verdadeira montanha-russa sonora que encantava os fãs.
Essa versatilidade fez da Black Feather uma das bandas mais respeitadas da cena australiana dos anos 70.
O Sucesso de At the Mountains of Madness
Em 1971, a Black Feather lançou seu álbum de estreia, “At the Mountains of Madness”, que rapidamente se tornou um marco do rock australiano.
O título, inspirado no conto homônimo de H.P. Lovecraft, refletia bem a aura mística e sombria que envolvia o som da banda.
Produzido por Richard Batchens, o disco apresentou uma fusão envolvente de guitarras psicodélicas, arranjos progressivos e uma energia bruta que capturava o espírito do underground australiano.
Entre as faixas, destacam-se:
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"Seasons of Change" – um hino melódico e introspectivo que se tornou o maior sucesso da banda.
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"Long Legged Lovely" – uma faixa de blues rock vibrante, com riffs pegajosos e uma pegada quase funk.
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"Mango’s Theme Part 2" – um delírio instrumental que mostra toda a capacidade técnica e a ousadia do grupo.
O álbum recebeu aclamação da crítica e alcançou grande sucesso comercial na Austrália, especialmente graças ao single “Seasons of Change”, que chegou ao Top 20 das paradas nacionais.
Mudanças, Fases e Recriações
Apesar do sucesso inicial, a Black Feather passou por diversas mudanças de formação nos anos seguintes.
John Robinson deixou a banda em 1972, e Neale Johns tentou manter o grupo ativo com novos músicos, explorando sonoridades diferentes, do rock progressivo ao boogie.
Uma das formações posteriores da banda chegou a lançar o single “Boppin’ the Blues” em 1972, uma versão energizada do clássico de Carl Perkins, que também fez sucesso nas paradas australianas.
Essa segunda fase apresentava um som mais direto e festivo, mas sem perder o espírito livre que sempre caracterizou o grupo.
Nos anos 80 e 90, Robinson e Johns se reuniram em algumas ocasiões especiais, mantendo viva a chama da Black Feather.
Mesmo com tantas idas e vindas, o legado da banda permaneceu intacto, como um símbolo da criatividade e da rebeldia musical australiana.
Discografia da Black Feather
A discografia da banda é curta, mas marcante. Cada lançamento é um retrato do experimentalismo e da energia que definiram seu som:
Álbuns de estúdio:
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At the Mountains of Madness (1971)
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Boppin’ the Blues (1972 – álbum ao vivo)
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Live! (1974)
Coletâneas e reedições:
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Seasons of Change – The Complete Recordings 1970–1974 (1999)
As Músicas Mais Famosas da Black Feather
Seasons of Change
A canção mais icônica da banda, com arranjo suave e atmosfera melancólica.
A letra fala sobre as transformações da vida e o passar do tempo, com uma melodia hipnótica e uma bela linha de flauta.
É um clássico absoluto do rock psicodélico australiano.
Long Legged Lovely
Aqui, o grupo mostra seu lado mais elétrico.
Com riffs vibrantes e uma batida contagiante, a faixa combina sensualidade e groove, uma verdadeira celebração da liberdade do rock setentista.
Mango’s Theme Part 2
Um dos momentos mais ousados do álbum, é uma jam instrumental cheia de improvisos, wah-wah e energia pura.
Perfeita para os amantes do rock progressivo e das viagens sonoras típicas dos anos 70.
Boppin’ the Blues
Com um ritmo dançante e contagiante, essa faixa marcou a segunda fase da banda, já inclinada ao boogie rock.
É divertida, energética e prova que a Black Feather sabia reinventar-se sem perder sua essência.
O Legado e a Influência Duradoura
Mesmo sem alcançar fama internacional, a Black Feather deixou uma marca profunda na história do rock australiano.
Sua mistura de peso, lirismo e experimentação inspirou diversas bandas que vieram depois, incluindo Buffalo, Chain e The Aztecs.
A banda é frequentemente citada como uma das pioneiras do hard rock psicodélico na Austrália, sendo reverenciada por músicos e colecionadores até hoje.
Faixas como Seasons of Change continuam a ser regravadas por artistas contemporâneos, mantendo viva a chama de uma época dourada do rock.
Mais do que uma banda, a Black Feather foi um estado de espírito, a celebração da liberdade criativa e da paixão pela música.
Uma Viagem Eterna pelas Montanhas da Loucura
A jornada da Black Feather é uma verdadeira viagem pelas montanhas da imaginação, da psicodelia e da rebeldia sonora.
Mesmo com apenas alguns álbuns, o grupo conquistou um lugar especial no coração dos fãs que apreciam o lado mais livre e experimental do rock.
Então, queridos leitores, coloquem seus fones, fechem os olhos e deixem-se levar pelas melodias alucinantes de At the Mountains of Madness.
Porque, no fim das contas, o espírito do rock é isso: liberdade, emoção e transformação.
A jornada sonora da Black Feather pode ter começado há mais de cinquenta anos, mas sua vibração continua viva, leve como uma pena, intensa como o som do trovão.
Um Poema para a Black Feather
Nas montanhas da loucura, o som ecoou,
Entre guitarras que choram e sonhos que voaram.
Uma pena negra caiu do céu ardente,
E o rock nasceu, livre e incandescente.
As notas dançavam no ar em espiral,
Feitas de blues, psicodelia e ritual.
O tempo mudava, mas a chama crescia,
Em cada acorde, a alma renascia.
“Seasons of Change” sussurra ao vento,
Um canto antigo, puro sentimento.
Enquanto “Mango’s Theme” vibra no chão,
O som viaja, conduz o coração.
E assim, leve como pena, mas forte como trovão,
A Black Feather deixou sua canção.
Entre sombras, riffs e poesia,
O rock encontrou sua magia.



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