13 julho 2025

Dia Mundial do Rock - 2025


Dia Mundial do Rock: A chama viva do som que mudou o mundo

Em 13 de julho, o mundo ou, mais precisamente, o Brasil celebra o Dia Mundial do Rock, uma homenagem ao megafestival Live Aid, realizado em 1985 para arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. A ideia da data surgiu após uma fala de Phil Collins, participante do festival, sugerindo que aquele deveria ser eternizado como o dia do rock. No Brasil, rádios como a 89 FM e 97 FM popularizaram a celebração nos anos 1990.

O rock, porém, já pulsava nos palcos e nas ruas muito antes disso. Sua história se confunde com a rebeldia da juventude, a transformação cultural e a luta por liberdade. Vamos, então, traçar um panorama dessa história, passando pelos Estados Unidos, Europa e Brasil, onde cada canto do planeta deixou sua marca no som mais influente do século XX.


Estados Unidos: o berço do rock e a revolução de Woodstock

O rock nasceu nos Estados Unidos, como um desdobramento direto do blues, do jazz e do rhythm & blues. A canção “Rocket 88”, lançada em 1951 por Jackie Brenston e Ike Turner, é frequentemente citada como o primeiro registro do rock’n’roll.

Na década de 1950, Elvis Presley transformou o estilo em fenômeno popular. Já nos anos 60 e 70, vieram as experimentações que definiriam as próximas gerações: Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Doors, Jefferson Airplane e tantos outros.

Woodstock: a consagração da contracultura

Um capítulo à parte na história do rock americano é o festival de Woodstock, realizado entre 15 e 18 de agosto de 1969, em Bethel, Nova York. Esperavam-se 50 mil pessoas; apareceram mais de 400 mil.

O evento não foi apenas um show – foi um marco da contracultura, da oposição à guerra do Vietnã, da paz, do amor e da liberdade.

Woodstock teve apresentações lendárias de:

Jimi Hendrix (com seu hino distorcido dos EUA), Janis Joplin, Santana, The Who, Joe Cocker, entre outros.

Mais do que um festival, Woodstock selou o papel do rock como linguagem universal da juventude.


Europa: Invasão Britânica, rock progressivo e festivais colossais

A Europa, em especial o Reino Unido, foi protagonista de uma explosão criativa no rock nos anos 60 e 70. Os Beatles e os Rolling Stones abriram caminho para a famosa British Invasion nos EUA, levando com eles toda uma estética e sonoridade únicas.

O rock progressivo floresce na Europa

Durante os anos 70, o rock europeu se distanciou da simplicidade do rock’n’roll tradicional e embarcou em uma jornada musical mais complexa. Assim surgiu o rock progressivo, que misturava elementos de música clássica, jazz, psicodelia e ciência ficção.

Entre os expoentes:

Pink Floyd, com suas óperas espaciais como The Dark Side of the Moon;

Genesis, em sua fase teatral com Peter Gabriel;

Yes, King Crimson e Emerson, Lake & Palmer com estruturas épicas e virtuosismo instrumental.

Fora do Reino Unido, o progressivo também encontrou espaço com:

PFM (Itália), Focus (Holanda), Magma (França), Triumvirat (Alemanha),

e vários outros nomes que deram identidade europeia ao gênero.

Live Aid: o maior espetáculo da Terra

O Live Aid, realizado em 13 de julho de 1985, consagrou a importância do rock europeu. O palco montado em Wembley, Londres, recebeu apresentações históricas de:

Queen, com uma performance considerada a melhor da história do rock ao vivo;

U2, David Bowie, Elton John, entre outros.

A Europa se firmava como palco de megafestivais, como Glastonbury (Inglaterra), Roskilde (Dinamarca) e outros que mantêm a tradição viva até hoje.


Brasil: Do tropicalismo ao BRock dos anos 80

O Brasil sempre teve uma relação apaixonada com o rock. O gênero chegou ao país nos anos 50, com versões em português de hits internacionais, como “Rock Around the Clock”, gravada por Nora Ney.

Anos 60 e início dos 70: tropicalismo e rock psicodélico

Foi nos anos 60 que surgiu uma das bandas mais criativas da história do rock psicodélico mundial: Os Mutantes. Formados por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, misturavam rock com bossa nova, música erudita, ruídos eletrônicos e letras surrealistas. Eles foram fundamentais para o tropicalismo, ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, desafiando a ditadura com irreverência.

A cena pesada dos anos 70

Enquanto os Mutantes seguiam em sua viagem experimental, outras bandas brasileiras traziam o peso do hard rock e do rock progressivo aos palcos nacionais:

MADE in Brazil, ícone do rock de garagem paulistano, surgido São Paulo na Pompeia, o bairro mais rockeiro do Brasil, com pegada crua e atitude rebelde desde os anos 70.

O Terço – misturando progressivo com MPB e folk.

Som Nosso de Cada Dia – fundindo música brasileira com teclados à la Emerson, Lake & Palmer.

Casa das Máquinas, Moto Perpétuo, Bacamarte e A Bolha – exemplos de bandas que sustentaram o rock brasileiro em meio à censura e repressão.

Essas bandas formaram a espinha dorsal de um rock nacional autoral, mesmo sem o suporte da grande mídia.

Anos 80: o BRock explode

A cena brasileira teve sua grande virada nos anos 80, com o chamado BRock: bandas que passaram a ocupar rádios, TV e festivais, com atitude crítica e linguagem jovem.

Destaques da época:

Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs, Barão Vermelho, RPM, Engenheiros do Hawaii, Plebe Rude e Ultraje a Rigor.

Rock in Rio: orgulho nacional

Criado por Roberto Medina, o Rock in Rio estreou em 1985 com Queen, AC/DC, Scorpions, Iron Maiden e Gilberto Gil. Reuniu 1,38 milhão de pessoas e marcou o Brasil como destino dos grandes shows.

Desde então, o festival se espalhou por Lisboa, Madri e Las Vegas, levando o nome do país aos palcos internacionais do rock.

O rock vive e resiste

Em 2025, o rock continua influenciando artistas e gerações. Dos clássicos remasterizados ao vinil que voltou à moda, passando por bandas novas que mantêm a sonoridade viva, o rock continua sendo símbolo de liberdade e contestação.

Plataformas como o YouTube revitalizaram o gênero:

Queen no Live Aid, Nirvana no MTV Unplugged, Foo Fighters ao vivo, Metallica em orquestra, são vistos por bilhões de pessoas.


O Dia Mundial do Rock é uma celebração que atravessa décadas e fronteiras. Dos campos de Woodstock aos palcos do Rock in Rio, do progressivo europeu à rebeldia dos anos 80 no Brasil, o rock moldou atitudes, mentalidades e trilhas sonoras que continuam a ecoar.

Neste 13 de julho, ouça um disco, vá a um show, compartilhe aquela música clássica com os amigos, ou mostre aos mais jovens que o rock não morreu, ele apenas muda de forma, sem perder a alma.

Viva o rock. Viva a atitude. Viva a liberdade!




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