Patti Smith: A Poetisa do Punk que Marcou a História do Rock
Patti Smith, a renomada poetisa, cantora e musicista, ganhou destaque no cenário musical durante o fervoroso movimento punk com o lançamento de seu álbum de estreia, “Horses”, em 1975.
Reconhecida como a “poetisa do punk”, Patti Smith trouxe uma perspectiva feminista e intelectual para a música punk, solidificando seu lugar como uma das mulheres mais influentes do Rock and Roll.
Em 2006, o Brasil teve a honra de recebê-la no palco do Tim Festival, um momento que ficou marcado na história da música brasileira e internacional.
Patti Smith: A Vanguarda Poética do Punk
Patti Smith emergiu na cena musical com uma abordagem única, combinando poesia, música e uma atitude ousada.
Seu primeiro álbum, “Horses”, lançado em 1975, foi uma revolução no punk, não apenas pela energia crua, mas também pela profundidade lírica que ela trouxe para o gênero.
Com suas letras incisivas e poesia pulsante, Smith quebrou estereótipos e inspirou uma geração de músicos.
Patti Smith foi influenciada por diversos artistas e escritores, como Bob Dylan, Jimi Hendrix, William Blake, Arthur Rimbaud e Jean Genet.
Ela também homenageou alguns deles em suas músicas, como em “My Blakean Year” e “Elegie”.
A Revolução Feminista e Intelectual de Patti Smith
Além de sua inegável contribuição para a música, Patti Smith foi uma voz importante para o feminismo no cenário do rock.
Ela desafiou as normas de gênero e as expectativas da sociedade, promovendo a igualdade e a liberdade de expressão.
Sua abordagem inovadora e suas letras perspicazes refletiam suas convicções feministas, tornando-a uma inspiração para muitas mulheres e homens ao redor do mundo.
Patti Smith foi a primeira artista a se apresentar no lendário clube CBGB em Nova York, que se tornou o berço do punk rock.
Ela também foi uma das pioneiras a misturar poesia e rock, fazendo recitais antes de seus shows.
Patti Smith tem uma carreira de mais de 40 anos, com vários álbuns e livros.
Algumas de suas músicas mais famosas são:
Gloria: In Excelsis Deo (1975): Esta é a faixa de abertura do seu álbum de estreia, Horses. É uma versão da música “Gloria”, de Van Morrison, mas com uma introdução poética e provocativa, que começa com “Jesus morreu pelos pecados de alguém, mas não pelos meus”. É considerada uma das músicas mais emblemáticas do punk.
Because The Night (1978): Esta é a música mais conhecida de Patti Smith, que foi co-escrita com Bruce Springsteen. É uma canção de amor intensa e apaixonada, que se tornou um sucesso mundial e um clássico do rock. Faz parte do álbum Easter.
People Have the Power (1988): Esta é uma música de protesto e esperança, que exalta o poder do povo para mudar o mundo. Foi escrita por Patti Smith e seu marido, Fred “Sonic” Smith, e lançada no álbum Dream of Life. É uma das músicas mais políticas e inspiradoras de Patti Smith.
Beneath the Southern Cross (1996): Esta é uma música que celebra a vida, a natureza e a espiritualidade. Foi composta por Patti Smith e Lenny Kaye, e faz parte do álbum Gone Again. É uma música que evoca imagens poéticas e místicas, como a cruz do sul, o vento, o mar e as estrelas.
Smells Like Teen Spirit (2007): Esta é uma versão da música “Smells Like Teen Spirit”, da banda Nirvana, que foi um dos maiores sucessos do grunge. Patti Smith transformou a música em uma balada folk, com um arranjo acústico e uma interpretação emocionante. Faz parte do álbum Twelve, que contém covers de outras bandas e artistas.
This Is The Girl (2012): Esta é uma música que homenageia Amy Winehouse, a cantora britânica que morreu em 2011. Patti Smith escreveu a letra com Tony Shanahan, e a música tem um ritmo soul e blues. Faz parte do álbum Banga, que também contém outras referências culturais e históricas.
Essas são apenas algumas das músicas mais famosas de Patti Smith, mas há muitas outras que valem a pena ouvir.
A música “Gloria” tem uma história interessante, que envolve uma antiga poesia, um clássico do rock e uma atitude punk.
A versão original de “Gloria” foi escrita por Van Morrison em 1964, para o álbum The Angry Young Them, da banda Them. A letra fala de uma garota independente, que fascina o narrador com sua personalidade e seu charme.
Patti Smith, porém, transformou a música em algo completamente diferente, ao incorporar uma de suas poesias, chamada “Oath”, que começava com a frase: “Jesus morreu pelos pecados de alguém, mas não pelos meus”.
Essa frase era uma provocação à sua educação religiosa, já que seu pai era ateu e sua mãe era testemunha de Jeová.
A poesia também fazia referência ao hino católico Gloria in Excelsis Deo, do século II ou III, que enfatiza a glória de Deus.
A fusão entre a poesia 'Oath' e a música “Gloria” aconteceu em um momento espontâneo, em 1974, quando Smith estava ensaiando com sua banda.
Eles costumavam tocar “Gloria” como um exercício de improvisação, e um dia Smith resolveu recitar sua poesia antes de entrar no refrão.
O resultado foi tão impactante que eles decidiram gravar a música como a faixa de abertura do seu álbum de estreia, Horses, em 1975.
A versão de Patti Smith de “Gloria” foi uma revolução no punk, não apenas pela energia crua, mas também pela profundidade lírica que ela trouxe para o gênero.
Com suas letras incisivas e poesia pulsante, Smith quebrou estereótipos e inspirou uma geração de músicos. A música também se tornou um hino de libertação e empoderamento para a comunidade LGBTQ+, que se identificou com a mensagem de rebeldia e autenticidade de Smith.
Reconhecimento e premiação
Patti Smith recebeu diversos prêmios e honrarias ao longo de sua carreira, como o Polar Music Prize em 2011, o National Book Award em 2010 pelo seu livro de memórias “Só Garotos”, e a Medalha de Comandante da Ordem das Artes e das Letras da França em 2005. Ela também foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame em 2007.
Influência Duradoura
O legado de Patti Smith vai além do punk e se estende à música em geral. Sua autenticidade e paixão continuam a inspirar artistas de várias gerações.
A mistura de poesia, música e ativismo que ela personifica se tornou uma fonte de inspiração para músicos e poetas contemporâneos.
Sua contribuição para a música e para a cultura tem sido amplamente reconhecida, solidificando sua posição como uma das figuras mais importantes da história do rock.
Patti Smith é uma ativista social e ambiental, que apoia causas como os direitos humanos, a paz mundial, a preservação da natureza e a liberdade de expressão.
Ela também participou de vários eventos beneficentes e protestos pacíficos.
Patti Smith no Brasil: O Marcante Tim Festival de 2006
Em 2006, os fãs brasileiros tiveram a oportunidade única de testemunhar a energia e a poesia de Patti Smith ao vivo, quando ela se apresentou no Tim Festival.
A sua presença no palco, carregada de carisma e autenticidade, conquistou o público brasileiro, deixando uma marca duradoura na memória de todos os presentes.
Foi um momento especial onde o Brasil pôde celebrar a genialidade dessa artista ímpar.
Conclusão
Patti Smith, a “poetisa do punk”, permanece como uma força inigualável na história da música. Sua capacidade de fundir poesia, música e ativismo a tornou uma voz influente e inspiradora para inúmeras pessoas ao redor do mundo.
Seu impacto no cenário do rock e sua presença marcante no Brasil durante o Tim Festival de 2006 são testemunhos da sua importância duradoura e do seu legado único.
O mundo do rock e da música em geral continua a ser enriquecido pelo seu talento e pela sua mensagem poderosa.