19 dezembro 2023

JOY DIVISION

Joy Division: Desvendando seu Lado Sombrio e Melancólico no Pós-Punk



Joy Division: Desvendando seu Lado Sombrio e Melancólico no Pós-Punk joy-division-album-closer


Sou um verdadeiro entusiasta do rock, e quando o assunto é Joy Division, não consigo evitar a empolgação.

Em 1976, nasceu uma banda britânica que deixaria uma marca indelével na história da música: o Joy Division.

Com sua música sombria, letras introspectivas e o inesquecível Ian Curtis à frente, a banda rapidamente se tornou um ícone do pós-punk.

Proponho mergulharmos nessa viagem única pelos recantos mais profundos do Joy Division.



O Nascer da Escuridão: Formação em 1976


O Joy Division surgiu em uma época de efervescência musical, e sua formação em 1976 marcou o início de uma jornada que iria redefinir os limites do pós-punk.

Com Ian Curtis nos vocais, Bernard Sumner na guitarra, Peter Hook no baixo e Stephen Morris na bateria, a química entre esses talentosos músicos estava prestes a criar algo único.

O nome da banda foi inspirado em um livro que descrevia as “Divisiones de la alegría” nazis, grupos de mulheres judias nos campos de concentração que eram usadas para o prazer sexual dos soldados.

Essa escolha de nome reflete o interesse da banda por temas sombrios e controversos.



Unknown Pleasures: Uma Odisseia Sônica em 1979


O ano de 1979 marcou o lançamento do álbum de estreia, “Unknown Pleasures”. Uma obra-prima inquestionável que ecoa através das décadas, esse álbum se tornou um farol para músicos e fãs de rock.

Faixas como “Disorder” e “She's Lost Control” oferecem uma visão envolvente do som característico e sombrio que definiria o Joy Division.



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Curiosidades sobre Joy Division


A banda enfrentou dificuldade devido à epilepsia de Ian Curtis, que afetava suas performances ao vivo e sua saúde mental.

O primeiro ataque epilético que ele teve, quando voltava de um show em Londres, e como ele tentou esconder sua condição dos outros membros da banda.

Ele sofria de depressão e tinha problemas conjugais, que influenciaram suas letras e sua decisão de se suicidar.

Joy Division nunca fez nenhum tipo de merchandising, e eles foram multados por não fazerem recibos para vendas de camisetas que nunca existiram.

Isso mostra o quanto a banda era desinteressada pelo lado comercial da música, e focada apenas na sua arte.

Pegadinhas que a banda fazia com os Buzzcocks, quando estavam em turnê juntos, como colocar larvas vivas no palco, sujar os ônibus com creme de barbear e jogar ovos na equipe de apoio.

Isso mostra o lado mais divertido e irreverente da banda, que contrastava com sua imagem sombria.

O primeiro EP da banda, An Ideal for Living, teve problemas de qualidade de som devido ao excesso de faixas no formato de 7 polegadas.

A capa original, que mostrava um membro da Juventude Hitlerista, foi acusada de ser nazista. A banda teve que mudar a capa e relançar o EP em 12 polegadas.



Closer: O Adeus Melancólico em 1980


A saga do Joy Division atingiu seu ápice com “Closer”, lançado em 1980. Esse álbum sombrio e melancólico não apenas consolidou a posição da banda, mas também lançou músicas poderosas como “Love Will Tear Us Apart”.

Ian Curtis, infelizmente, não viveu para testemunhar completamente o impacto duradouro dessa obra, deixando-nos um legado que transcende o tempo.



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O Impacto Duradouro na História do Rock


O Joy Division pode ter encerrado sua jornada abruptamente com a trágica morte de Ian Curtis em 1980, mas seu impacto na música nunca morreu.

A influência da banda reverbera por décadas, inspirando gerações de artistas e bandas. Seu som único e suas letras introspectivas continuam a ecoar nas mentes dos aficionados por música alternativa.



Suas influências e Quem Eles Influenciaram


O Joy Division foi uma banda de pós-punk e rock gótico que se inspirou em vários artistas de rock e música eletrônica.

Algumas das suas principais influências foram:


The Doors, uma banda americana de rock psicodélico, liderada pelo carismático Jim Morrison, que explorava temas como morte, sexo e drogas em suas letras.

Velvet Underground, banda americana de rock experimental, que se destacava pela sua sonoridade vanguardista e pela sua associação com o artista Andy Warhol.

David Bowie, cantor e compositor britânico, que se reinventava constantemente com diferentes personagens e estilos musicais, desde o glam rock até a música eletrônica.

Sex Pistols, banda britânica de punk rock, que provocava a sociedade com sua atitude rebelde e suas críticas ao sistema político e cultural.

Iggy Pop, cantor e compositor americano, considerado o “padrinho do punk”, que se notabilizou por suas performances energéticas e selvagens no palco.

Kraftwerk, banda alemã de música eletrônica, que criava sons sintéticos e futuristas, influenciando diversos gêneros musicais, como o techno e o synth-pop.


O Joy Division foi uma banda muito influente no cenário musical, especialmente no pós-punk e no rock gótico.

Algumas das bandas que receberam influência deles foram:


New Order, a banda formada pelos membros remanescentes do Joy Division, que incorporou elementos de música eletrônica e dance music em seu som.

The Cure, banda inglesa de rock alternativo, adotou um estilo sombrio e melancólico em seus álbuns do início dos anos 80, como Pornography e Disintegration.

U2, banda irlandesa de rock, que se inspirou na sonoridade e na atitude do Joy Division em seus primeiros trabalhos, como Boy e War.

Interpol, uma banda americana de indie rock, que se caracterizou por sua estética sombria e elegante, e por suas letras introspectivas e enigmáticas.

Editors, uma banda britânica de indie rock, que se destacou por sua música atmosférica e emocional, e por sua voz grave e intensa.

Essas são apenas algumas das bandas que foram influenciadas pelo Joy Division, mas existem muitas outras que reconhecem a importância e o legado da banda britânica.

O Joy Division foi uma banda que marcou a história do rock com sua música única e inovadora.



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O Legado Imortal e a Celebração Contínua


A curta carreira do Joy Division não impediu que eles construíssem um legado imortal. O pós-punk encontrou uma voz inconfundível na banda britânica, e seu impacto ressoa em cada acorde de artistas contemporâneos.

Festivais de música alternativa continuam a homenagear o Joy Division, garantindo que sua contribuição vital à cena musical não seja esquecida.



Joy Division e a Atualidade: Uma Influência Perene


Mesmo décadas após sua existência, o Joy Division permanece como uma força viva na música. Artistas contemporâneos encontram inspiração nas nuances sombrias que a banda trouxe ao pós-punk.

A fusão de melodia e melancolia é uma marca registrada que continua a ressoar nas criações de novas gerações de músicos.



Algumas das músicas mais famosas do Joy Division


Love Will Tear Us Apart: É a música mais conhecida da banda, e foi lançada pouco antes da morte de Ian Curtis.

Ela fala sobre o fim de um relacionamento amoroso, e os sentimentos de frustração, desilusão e desespero que isso causa. A música foi inspirada na própria vida de Curtis, que estava se divorciando de sua esposa e tendo um caso com uma jornalista belga.

Disorder: A primeira faixa do álbum Unknown Pleasures, e mostra a angústia de Curtis em relação à sua condição de epilético.

Ele canta sobre a sensação de estar desconectado da realidade, e de não conseguir se comunicar com as pessoas ao seu redor.

A música também reflete a ansiedade e a depressão que ele sofria, e que o levaram ao suicídio.

Atmosphere: Essa é uma das músicas mais emocionantes e melancólicas da banda, e foi lançada como um single em 1980.

Ela tem uma sonoridade etérea e envolvente, que contrasta com a voz grave e sombria de Curtis.

A letra é uma espécie de despedida, em que ele pede para que as pessoas não o esqueçam, e que lembrem dos momentos felizes que ele viveu.

A música foi tocada no funeral de Curtis, e se tornou um hino para os fãs da banda.

She's Lost Control: É uma das músicas mais impactantes e perturbadoras da banda, e foi baseada em uma história real.

Curtis trabalhava como assistente social, e conheceu uma jovem epilética que morreu durante uma convulsão.

Ele se identificou com ela, e escreveu a música como uma forma de expressar a sua própria luta contra a epilepsia.

A música tem um ritmo frenético e repetitivo, que simula os espasmos de uma crise epiléptica.

A letra descreve a perda de controle e de identidade da personagem, que se torna cada vez mais isolada e alienada.

New Dawn Fades: Essa é uma das músicas mais sombrias e introspectivas da banda, e faz parte do álbum Unknown Pleasures.

Ela fala sobre a sensação de vazio e desesperança que Curtis sentia, e sobre a sua vontade de mudar de vida.

A música tem uma progressão lenta e crescente, que culmina em um solo de guitarra angustiante. A letra é uma mistura de reflexões pessoais e citações de filmes e livros, que mostram a influência cultural que a banda tinha. 

Essas são apenas algumas das músicas mais famosas do Joy Division, mas existem muitas outras que valem a pena ser ouvidas.



Uma Viagem Inesquecível ao Coração do Pós-Punk


Joy Division não foi apenas uma banda; foi uma experiência única e inesquecível. Sua música transcende o tempo, sua melancolia ressoa em nossas almas, e seu legado continua a moldar o panorama musical.

Ao mergulhar nas profundezas do Joy Division, descobrimos não apenas uma banda, mas uma jornada emocional e sônica que deixou uma marca eterna no rock.

Que a música sombria e catártica do Joy Division continue a ecoar nos corações dos amantes do rock por gerações vindouras.

No post coloquei o vídeo de Dead Souls, Performance do documentário "Control", pois ele é muito próximo da realidade vivida pela Joy Division.