07 maio 2024

MOTT THE HOOPLE

Mott The Hoople foi uma banda inglesa de glam rock dos anos 70



Mott The Hoople foi uma banda inglesa de glam rock dos anos 70



Origens Excêntricas e Nome Intrigante


Formada em 1969, em Hereford, Inglaterra, a banda Mott the Hoople ganhou destaque não apenas por sua música única, mas também por seu nome peculiar, inspirado no romance “The Ballad of Mott the Hoople” de Willard Manus.

A obra descreve as façanhas de um personagem excêntrico que trabalha em um circo de aberrações, proporcionando um toque de mistério à identidade da banda desde o início.


Início Desafiador e a Reviravolta Bowie


Os primeiros anos da banda viram o lançamento de quatro álbuns pela Island Records, sem alcançar o sucesso desejado.

Contudo, em 1972, quando a separação parecia iminente, um ícone musical, David Bowie, ofereceu a canção “All the Young Dudes”.

Essa colaboração não apenas salvou a banda da dissolução, mas também a catapultou para a fama, tornando-se um hino da geração glam.

Bowie não apenas contribuiu com a música, mas também produziu o álbum homônimo, aclamado por críticos e fãs.



Mott-the-Hoople-album-Wildlife-1971


A Ascensão dos Gigantes do Glam


Após o sucesso de “All the Young Dudes”, Mott the Hoople lançou mais dois álbuns de sucesso, “Mott” (1973) e “The Hoople” (1974).

Singles como “Honaloochie Boogie”, “Roll Away the Stone” e “The Golden Age of Rock 'n' Roll” solidificaram a posição da banda como gigantes do glam rock.

Suas apresentações ao vivo espetaculares, repletas de roupas chamativas, maquiagem e efeitos pirotécnicos, também contribuíram para sua fama.


Desafios e Mudanças de Formação


Apesar do sucesso, a banda enfrentou conflitos internos, problemas financeiros e mudanças na indústria musical.

Em 1974, membros originais saíram, incluindo o guitarrista Mick Ralphs. Apesar da entrada de novos talentos, como Ariel Bender e Morgan Fisher, a banda não conseguiu manter o mesmo nível de sucesso.




Mott-the-Hoople-album-All-the-Young-Dudes-1972


Discografia e Sucessos de Mott the Hoople


Mott the Hoople foi uma banda inglesa de glam rock que lançou sete álbuns de estúdio, nove álbuns ao vivo e 15 singles entre 1969 e 1974.

A banda também teve duas formações posteriores, chamadas Mott e British Lions, que lançaram mais quatro álbuns de estúdio entre 1975 e 1980.

A seguir, uma breve resenha de cada álbum e das músicas mais famosas da banda.


Mott the Hoople (1969): O álbum de estreia da banda, produzido por Guy Stevens, é uma mistura de rock clássico, blues e R&B, com influências de Bob Dylan e The Rolling Stones.

O destaque é a faixa “Rock and Roll Queen”, que se tornou um dos primeiros sucessos da banda.

Mad Shadows (1970): O segundo álbum da banda, também produzido por Stevens, é mais sombrio e pesado que o anterior, com letras sobre angústia e desilusão.

A faixa “Thunderbuck Ram” é uma das mais conhecidas do álbum, com um riff marcante de guitarra.

Wildlife (1971): O terceiro álbum da banda, produzido por eles mesmos, é mais acústico e folk que os anteriores, com influências de The Byrds e The Band.

A faixa “Lay Down” é um cover de uma canção de Melanie Safka, que foi lançada como single.

Brain Capers (1971): O quarto álbum da banda, novamente produzido por Stevens, é um retorno ao rock mais pesado e energético, com elementos de hard rock e glam rock.

A faixa “The Moon Upstairs” é uma das mais representativas do álbum, com um ritmo acelerado e uma letra rebelde.

All the Young Dudes (1972): O quinto álbum da banda, produzido por David Bowie, é o mais famoso e aclamado da carreira da banda, e um dos clássicos do glam rock.

O álbum contém a faixa-título, escrita por Bowie, que se tornou um hino para a juventude da época, e um sucesso mundial.

Outras faixas notáveis são “Sweet Jane”, um cover de The Velvet Underground, e “One of the Boys”, uma canção autobiográfica de Ian Hunter.

Mott (1973): O sexto álbum da banda, produzido por eles mesmos, é considerado um dos melhores da banda, e um dos mais influentes do rock britânico.

O álbum contém faixas como “All the Way from Memphis”, um rock and roll sobre a vida na estrada, “Honaloochie Boogie”, um boogie-woogie sobre a decadência do rock, e “Hymn for the Dudes”, uma balada sobre a solidão e a esperança dos músicos.

The Hoople (1974): O sétimo e último álbum da banda, também produzido por eles mesmos, é um álbum variado e experimental, que explora diversos estilos musicais, como rock, pop, funk, gospel e reggae.

O álbum contém faixas como “The Golden Age of Rock 'n' Roll”, uma homenagem aos pioneiros do rock, “Roll Away the Stone”, um rock animado sobre a ressurreição, e “Crash Street Kidds”, uma canção caótica sobre a violência urbana.



Mott-the-Hoople-album-the-hoople


Declínio e Legado


A mudança de nome para “Mott” em 1975 não trouxe o renascimento desejado. Os álbuns “Drive On” e “Shouting and Pointing” tiveram recepção morna, levando ao fim da banda em 1976, quando o vocalista Ian Hunter partiu para uma carreira solo.

No entanto, o legado de Mott the Hoople continuou a influenciar artistas como Queen, Def Leppard e Oasis.


Homenagens e Reuniões Triunfantes


Mott the Hoople foi homenageada em várias ocasiões, incluindo o filme “Juno” (2007), que apresentou “All the Young Dudes” em sua trilha sonora.

O jogo “Guitar Hero: Aerosmith” (2008) também incluiu a icônica canção. Em 2009, a formação original se reuniu para uma turnê comemorativa, recebendo elogios tanto dos fãs quanto da imprensa. 

Reuniões posteriores em 2013, 2018 e 2019 celebraram os 40 anos de uma carreira lendária.



O álbum The Essential Mott The Hoople foi lançado em 2013



Caminhos Após o Final da Banda


Após o fim da banda Mott the Hoople, os seus integrantes seguiram caminhos diferentes na música.

Ian Hunter: O vocalista e líder da banda iniciou uma carreira solo bem-sucedida, lançando mais de 20 álbuns e colaborando com artistas como Mick Ronson, Queen, Bruce Springsteen e Ringo Starr.

Hunter escreveu um livro sobre a sua experiência na banda, chamado “Diary of a Rock 'n' Roll Star”. Ele continua ativo na música, tendo lançado o seu último álbum, “Fingers Crossed”, em 2016.

Mick Ralphs: O guitarrista e compositor deixou a banda em 1974 para formar o Bad Company, uma das bandas mais populares dos anos 70, com sucessos como “Can't Get Enough”, “Feel Like Makin' Love” e “Shooting Star”.

Ele lançou alguns álbuns solo e participou de projetos paralelos, como o The Law e o Mott the Hoople '74. Ralphs se aposentou da música em 2016, após sofrer um derrame.

Verden Allen: O tecladista e compositor saiu da banda em 1973, após desentendimentos com Ian Hunter.

Ele formou a sua própria banda, Cheeks, que lançou um álbum em 1976, mas sem muito sucesso. Allen também lançou alguns álbuns solo e se juntou à banda Soft Ground, que toca covers de Mott the Hoople e outras bandas de rock clássico.

Pete “Overend” Watts: O baixista e fundador da banda continuou na música após o fim da banda, formando o Mott e o British Lions, que lançaram alguns álbuns, mas sem o mesmo impacto de Mott the Hoople.

Ele também trabalhou como produtor musical, engenheiro de som e gerente de turnê. Ele faleceu em 2017, aos 69 anos, devido a um câncer na garganta.

Dale “Buffin” Griffin: O baterista e membro original da banda também continuou na música, fazendo parte do Mott e do British Lions.

Ele também trabalhou como produtor musical, especialmente para a BBC Radio 1, onde gravou sessões ao vivo de bandas como Nirvana, The Smiths e Pulp. Griffin sofria de Alzheimer desde 2009, e faleceu em 2016, aos 67 anos.


Legado Musical


Mott the Hoople, com sua mistura única de rock clássico, blues, glam rock e música folclórica, deixou uma marca indelével na história da música.

Suas letras inteligentes e irônicas exploraram temas como alienação, desespero e rebelião, adicionando camadas profundas à sua sonoridade única.

Uma banda que fez história e continua a merecer nossa lembrança.