Mott The Hoople foi uma banda inglesa de glam rock dos anos 70
Origens Excêntricas e Nome Intrigante
Formada em 1969, em Hereford, Inglaterra, a banda Mott the Hoople ganhou destaque não apenas por sua música única, mas também por seu nome peculiar, inspirado no romance “The Ballad of Mott the Hoople” de Willard Manus.
A obra descreve as façanhas de um personagem excêntrico que trabalha em um circo de aberrações, proporcionando um toque de mistério à identidade da banda desde o início.
Início Desafiador e a Reviravolta Bowie
Os primeiros anos da banda viram o lançamento de quatro álbuns pela Island Records, sem alcançar o sucesso desejado.
Contudo, em 1972, quando a separação parecia iminente, um ícone musical, David Bowie, ofereceu a canção “All the Young Dudes”.
Essa colaboração não apenas salvou a banda da dissolução, mas também a catapultou para a fama, tornando-se um hino da geração glam.
Bowie não apenas contribuiu com a música, mas também produziu o álbum homônimo, aclamado por críticos e fãs.
A Ascensão dos Gigantes do Glam
Após o sucesso de “All the Young Dudes”, Mott the Hoople lançou mais dois álbuns de sucesso, “Mott” (1973) e “The Hoople” (1974).
Singles como “Honaloochie Boogie”, “Roll Away the Stone” e “The Golden Age of Rock 'n' Roll” solidificaram a posição da banda como gigantes do glam rock.
Suas apresentações ao vivo espetaculares, repletas de roupas chamativas, maquiagem e efeitos pirotécnicos, também contribuíram para sua fama.
Desafios e Mudanças de Formação
Apesar do sucesso, a banda enfrentou conflitos internos, problemas financeiros e mudanças na indústria musical.
Em 1974, membros originais saíram, incluindo o guitarrista Mick Ralphs. Apesar da entrada de novos talentos, como Ariel Bender e Morgan Fisher, a banda não conseguiu manter o mesmo nível de sucesso.
Discografia e Sucessos de Mott the Hoople
Mott the Hoople foi uma banda inglesa de glam rock que lançou sete álbuns de estúdio, nove álbuns ao vivo e 15 singles entre 1969 e 1974.
A banda também teve duas formações posteriores, chamadas Mott e British Lions, que lançaram mais quatro álbuns de estúdio entre 1975 e 1980.
A seguir, uma breve resenha de cada álbum e das músicas mais famosas da banda.
Mott the Hoople (1969): O álbum de estreia da banda, produzido por Guy Stevens, é uma mistura de rock clássico, blues e R&B, com influências de Bob Dylan e The Rolling Stones.
O destaque é a faixa “Rock and Roll Queen”, que se tornou um dos primeiros sucessos da banda.
Mad Shadows (1970): O segundo álbum da banda, também produzido por Stevens, é mais sombrio e pesado que o anterior, com letras sobre angústia e desilusão.
A faixa “Thunderbuck Ram” é uma das mais conhecidas do álbum, com um riff marcante de guitarra.
Wildlife (1971): O terceiro álbum da banda, produzido por eles mesmos, é mais acústico e folk que os anteriores, com influências de The Byrds e The Band.
A faixa “Lay Down” é um cover de uma canção de Melanie Safka, que foi lançada como single.
Brain Capers (1971): O quarto álbum da banda, novamente produzido por Stevens, é um retorno ao rock mais pesado e energético, com elementos de hard rock e glam rock.
A faixa “The Moon Upstairs” é uma das mais representativas do álbum, com um ritmo acelerado e uma letra rebelde.
All the Young Dudes (1972): O quinto álbum da banda, produzido por David Bowie, é o mais famoso e aclamado da carreira da banda, e um dos clássicos do glam rock.
O álbum contém a faixa-título, escrita por Bowie, que se tornou um hino para a juventude da época, e um sucesso mundial.
Outras faixas notáveis são “Sweet Jane”, um cover de The Velvet Underground, e “One of the Boys”, uma canção autobiográfica de Ian Hunter.
Mott (1973): O sexto álbum da banda, produzido por eles mesmos, é considerado um dos melhores da banda, e um dos mais influentes do rock britânico.
O álbum contém faixas como “All the Way from Memphis”, um rock and roll sobre a vida na estrada, “Honaloochie Boogie”, um boogie-woogie sobre a decadência do rock, e “Hymn for the Dudes”, uma balada sobre a solidão e a esperança dos músicos.
The Hoople (1974): O sétimo e último álbum da banda, também produzido por eles mesmos, é um álbum variado e experimental, que explora diversos estilos musicais, como rock, pop, funk, gospel e reggae.
O álbum contém faixas como “The Golden Age of Rock 'n' Roll”, uma homenagem aos pioneiros do rock, “Roll Away the Stone”, um rock animado sobre a ressurreição, e “Crash Street Kidds”, uma canção caótica sobre a violência urbana.
Declínio e Legado
A mudança de nome para “Mott” em 1975 não trouxe o renascimento desejado. Os álbuns “Drive On” e “Shouting and Pointing” tiveram recepção morna, levando ao fim da banda em 1976, quando o vocalista Ian Hunter partiu para uma carreira solo.
No entanto, o legado de Mott the Hoople continuou a influenciar artistas como Queen, Def Leppard e Oasis.
Homenagens e Reuniões Triunfantes
Mott the Hoople foi homenageada em várias ocasiões, incluindo o filme “Juno” (2007), que apresentou “All the Young Dudes” em sua trilha sonora.
O jogo “Guitar Hero: Aerosmith” (2008) também incluiu a icônica canção. Em 2009, a formação original se reuniu para uma turnê comemorativa, recebendo elogios tanto dos fãs quanto da imprensa.
Reuniões posteriores em 2013, 2018 e 2019 celebraram os 40 anos de uma carreira lendária.
Caminhos Após o Final da Banda
Após o fim da banda Mott the Hoople, os seus integrantes seguiram caminhos diferentes na música.
Ian Hunter: O vocalista e líder da banda iniciou uma carreira solo bem-sucedida, lançando mais de 20 álbuns e colaborando com artistas como Mick Ronson, Queen, Bruce Springsteen e Ringo Starr.
Hunter escreveu um livro sobre a sua experiência na banda, chamado “Diary of a Rock 'n' Roll Star”. Ele continua ativo na música, tendo lançado o seu último álbum, “Fingers Crossed”, em 2016.
Mick Ralphs: O guitarrista e compositor deixou a banda em 1974 para formar o Bad Company, uma das bandas mais populares dos anos 70, com sucessos como “Can't Get Enough”, “Feel Like Makin' Love” e “Shooting Star”.
Ele lançou alguns álbuns solo e participou de projetos paralelos, como o The Law e o Mott the Hoople '74. Ralphs se aposentou da música em 2016, após sofrer um derrame.
Verden Allen: O tecladista e compositor saiu da banda em 1973, após desentendimentos com Ian Hunter.
Ele formou a sua própria banda, Cheeks, que lançou um álbum em 1976, mas sem muito sucesso. Allen também lançou alguns álbuns solo e se juntou à banda Soft Ground, que toca covers de Mott the Hoople e outras bandas de rock clássico.
Pete “Overend” Watts: O baixista e fundador da banda continuou na música após o fim da banda, formando o Mott e o British Lions, que lançaram alguns álbuns, mas sem o mesmo impacto de Mott the Hoople.
Ele também trabalhou como produtor musical, engenheiro de som e gerente de turnê. Ele faleceu em 2017, aos 69 anos, devido a um câncer na garganta.
Dale “Buffin” Griffin: O baterista e membro original da banda também continuou na música, fazendo parte do Mott e do British Lions.
Ele também trabalhou como produtor musical, especialmente para a BBC Radio 1, onde gravou sessões ao vivo de bandas como Nirvana, The Smiths e Pulp. Griffin sofria de Alzheimer desde 2009, e faleceu em 2016, aos 67 anos.
Legado Musical
Mott the Hoople, com sua mistura única de rock clássico, blues, glam rock e música folclórica, deixou uma marca indelével na história da música.
Suas letras inteligentes e irônicas exploraram temas como alienação, desespero e rebelião, adicionando camadas profundas à sua sonoridade única.
Uma banda que fez história e continua a merecer nossa lembrança.